Em homenagem ao Dia Nacional do Atleta Paralímpico, Cleomar conta sua história marcada por desafios, superação e muitas vitórias.
Para muitas pessoas o esporte é transformador. Além de contribuir para diferentesaspectos físicos, ele é inclusivo e pode ajudar na reabilitação de pessoas com deficiência. Para o Cleomar da Silva, paratleta patrocinado pela Flex, foi desta forma que o Atletismo entrou em sua vida. Após um grave acidente de moto em 2002, Cleomar enfrentou muitos desafios e mudou completamente o foco profissional e de vida. Por meio do esporte, ele superou suas dificuldades e enxergou um novo motivo para lutar pelos seus ideais. Sua coragem e determinação o levaram ao Atletismo, esporte que pratica há 13 anos. Em homenagem ao Dia Nacional do Atleta Paralímpico, celebrado em 22 de setembro, fizemos uma breve entrevista com o Cleomar da Silva, que carrega em seu currículo várias medalhas, o sétimo lugar no ranking nacional e a conquista de uma vaga na seleção brasileira paralímpica.
Conheça um pouco mais a trajetória de superação desse paratleta que vai muito além das pistas de Atletismo.
Cleomar como foi seu início no esporte paralímpico?
Antes de conhecer o esporte eu era militar da Força Aérea Brasileira e queria seguir carreira, mas sofri um acidente de moto. Eu estava pilotando e fui atropelado por um carro na BR 101. Esse acidente me deixou com sequelas permanentes que me levaram ao esporte paralímpico. O esporte surgiu na minha vida para me salvar. Tirou-me do fundo de uma cama, de uma depressão profunda que já durava três anos.
Nesse momento como foi seu processo de recuperação?
Em 2005 minha prima, Maria Luiza, me indicou a Associação Florianopolitana de Deficientes (Aflodef) para praticar algum esporte e ajudar na minha recuperação. Foi aí que comecei no basquete em cadeira de rodas. Ficou muito difícil me desenvolver, pois não era cadeirante e esse esporte é para quem nasce ou tem mais tempo de cadeira de rodas. Fiquei um ano e foi um grande aprendizado.
E como você começou no Atletismo?
O Eduardo, professor da Aflodef, me apresentou ao Atletismo. Ele enxergou meu potencial e me disse que eu me identificaria mais com esse esporte. Na época, ele me perguntou se praticava alguma atividade física na Aeronáutica e eu disse que eu corria, mas era na Educação Física. Então fiz uns testes na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mudei o meu esporte para o Atletismo. Pratico desde 2006, quando comecei com provas de corrida. Competi nesta modalidade até 2013 e mudei minhas provas da pista para o campo: Lançamento de Peso, Lançamento de Dardo e Arremesso de Peso. Participo na categoria F37, para pessoas com paralisia cerebral.
Você já sofreu algum tipo de preconceito por ser paratleta?
Não que eu me lembre. Quando comecei no Atletismo participei do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do repórter Edmilson Ortiz da RBS. Aprendi que o preconceito está dentro de cada um de nós e devemos no superar, nos aceitar com nossas limitações e buscar sempre melhorar. Ainda mais quando você sai de um mundo e entra em outro completamente diferente. Minha relação com o esporte sempre foi muito boa. Tenho o espírito competitivo e busco constantemente me superar. Apesar de ainda precisar melhorar e dar mais oportunidade, o esporte paralímpico está em constante evolução. Acredito que seja o que mais inclui, independentemente da deficiência.
Como surgiu o patrocínio da Flex? Você já conhecia a empresa? Como foi isso?
Minha esposa trabalhava na Flex e, na época, eu estava procurando um patrocínio. Conversei com a equipe do Marketing e depois fui conversar com o senhor Topázio. Ele me viu com bons olhos e, além do patrocínio, me incentivou a voltar a estudar. Meu patrocínio na Flex começou em janeiro de 2017.
De que forma você acredita que o patrocínio da Flex e o incentivo aos estudos contribuíram para a sua evolução pessoal e profissional?
Sem dúvida foi uma grande alavancada na minha vida. Esta oportunidade me transformou e abriu muitos caminhos. Por meio do patrocínio eu voltei a estudar, pois pagou minhas primeiras mensalidades no curso de Educação Física. Depois consegui uma bolsa de estudos e o valor recebido passou a me ajudar com despesas pessoais, uniformes e suplementos.
Em breve você terá uma graduação e em cada competição você tem evoluído mais. Quais são seus planos para o futuro?
Penso em continuar no esporte por mais um tempo, continuarei estudando e quero fazer concurso público na minha área. Quero me desenvolver cada vez mais.
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A vida é bela! Temos que enfrentar diariamente as barreiras que aparecem na nossa frente. Deus sabe todas as coisas, sabe o que você consegue suportar. Ele conhece nossa força. Nunca desista. Lute sempre para alcançar a vitória!